quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Náusea de mim


Aqueles dias que até dá raiva existir, olho para mim e não vejo nada, fico triste só de pensar em nada, fico triste mesmo por isso, por não ter nada em que pensar e se penso nalguma coisa da-me vontade de chorar sem motivo.
Cada dia que passa me faz sentir mais insignificante e sem importância para alguém, prometo que um dia desapareço da vida de todos vós e não deixo rasto para que não me possam procurar, porque se assim fosse iriam fazê-lo na esperança de me encontrar e resgatar para junto de vós, mas todos nós sabemos que o melhor mesmo é eu voltar para o lugar onde estava antes e ninguém me via, ouvia ou dava sequer alguma importância, era apenas mais uma alma que deambulava á procura de algo.
Sinto-me mal, sinto-me tão mal que só quero chorar e desaparecer, não sei, não sei nada e tenho medo, quero fugir, ficar onde sempre tive, na solidão ignorada por todos, ninguém se lembrava que existia, passava e ninguém ligava, hoje todos olham e isso incomoda-me, tenho medo de ser algo grande para alguém e vir a desiludir essa pessoa com as minhas fraquezas, é só isso que quero dizer...!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Chegar a lado nenhum com tudo para chegar a algum lado


Temos um ponto de partida sem um ponto de chegada, vamos partir sem saber o lugar onde vamos parar, entre ruas, vales e campos desconhecidos vamos caminhando na esperança de conhecermos novas gotas de orvalho, de conhecermos o outro lado do sol!
Quero conhecer-me, saber quem sou realmente, quero sair porta fora e não ter de me preocupar em voltar, quero correr o mundo como uma pedinte apenas de mochila ás costas, não peço mais que uma mochila e uns bons sapatos para que os pés não me gritem.
Sinto-me bem dentro do meu mau estar, da minha loucura...as vezes tenho vontade de bater a mim própria quando paro e vejo tudo aquilo que escrevo, acabei de me irritar a mim própria, sou uma coisa despresivel ao ponto de não me suportar a mim própria!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A morte do Rei


"Quando a peça chega ao fim, o rei é mendigo.
Pedimos pois que manifesteis vossa alegria.
Então tudo acaba bem, se o publico for amigo.
Faremos por representar melhor, dia após dia.
Para vos dar temos as nossas representações.
Emprestai-nos as mãos e recebei nossos corações. "


William Shakespear

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Apenas mais um dos meus gritos


Um aperto onde não se sente, um grito que fura os tímpanos, quero gritar ate rebentar a cabeça!
Quero desaparecer de onde não estou e aparecer onde estou, quero escrever e flutuar sob as linhas brancas que se vão enchendo aos poucos com coisas que não interessam agora mas que irão interessar, ou talvez não...não importa, nada importa ao ponto de me ter de importar com alguma coisa.
Onde estou, quem sou não importa, importa que estou e sou, fico contente de ser alguém, sou muito para poucos e pouco para muitos mas apenas sou eu, o tal ponto no universo com uma procura constante que nega em cessar!
Despertando aos poucos nos meus lençóis nunca partilhados e com sede de tal paro para pensar...não sei, não consigo nem quero! Não quero pensar quero sentir e apenas isso nada mais que o simples sentir...
Eu não sei porquê mas a verdade é que esta, e ninguém pode apagar isso!

Dia estranho


Hoje é um daqueles dias estranhos em que não apetece nada, e está tudo ao contrario, ate o próprio dia está ao contrario, o amanhecer de hoje foi a continuidade do anoitecer de ontem, estava uma manha tão escura que a cidade estava ainda iluminada pelas luzes dos candelabros e enfeites de natal, chovia intensamente, chovia de uma maneira tão intensa que não conseguia ver mais que um palmo á frente do meu nariz.
Hoje esta um verdadeiro dia de inverno, um dia há como muito não via, não me recordo destes dias desde que era bem pequena e o meu pai me levava a passear por entre as ruelas de Évora para que visse as decorações de natal, lembro-me que tinha um olhar radiante perante todas aquelas luzes, lembro-me que era uma sensação tão excitante que me deixava tão contente!
Não sei s tenho saudades da minha infância mas sei que há coisas dela que não se esquecem, sei que hoje em dia está tudo ao contrario e nem eu própria sei aquilo que esta ao contrario!

sábado, 21 de novembro de 2009

Mais coisas sem sentido


Hoje sinto-me sem me sentir, sinto-me mal mas ao mesmo tempo por me sentir mal sinto-me sem nada logo não me sinto.
Farto-me de escrever coisas estúpidas e sem sentido, quero ter sentido, quero ter uma lógica em mim...mas nada tem lógica, porque é que eu, um simples fruto do ser, do existir, um corpo com muito pouco interesse tem de ter lógica ou sentido na sua existência?
Mas...Eu, quem?
Sou uma tendência artística não expansiva mas sim contraída, sendo a arte a apoteose da solidão, logicamente que nunca soube pensar nem dialogar, aliás nem me esforço para tal pois tudo o que digo se anula, assim nunca terei dito nada, mas uma coisa é certa, quando tiver perdido a consciência não será para a recuperar pois quando há vida há desespero e não me agrada recuperar esse desespero.
Em relação á vida, há algo ligado a ela, o tempo, o monstro de duas cabeças de condenação ou salvação que por sua vez dá origem á memoria, talvez seja bom ter memória...sabem é que a minha é defeituosa tal como todas estas palavras juntas que deram origem ao que se pode chamar texto!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Um de muitos textos parvos

Hoje parei para olhar o meu moleskine e vi que todos os meus textos não têm titulo, em vez disso têm a inicial da primeira palavra do texto em letra garrafal e com umas formas estranhas acompanhado por um comentário em rodapé com a assinatura da própria o dia e a hora, para não falar nalguns desenhos desajeitados, papel molhado devido às lágrimas que por vezes em momentos mais frágeis fogem dos olhos e pingam na folha amarela ou até mesmo em algumas letras de música ou partes delas!
E agora que paro para pensar, rara é a vez, acabei de descrever o meu moleskine da maneira mais estúpida e mal agradecia que poderia fazer, pois este é o meu fiel companheiro de vida e viagem, o segundo, em tempos tive um maior e com um livro lá dentro, mas alguém muito querido me roubou!
Felicidades á personagem

domingo, 15 de novembro de 2009

A vida é um hábito


O hábito é o balastro que prende o cão ao seu vómito. Respirar é um hábito. A vida é um hábito. Ou melhor, a vida é uma sucessão de hábitos, porque o indivíduo é uma sucessão de indivíduos [...] «Hábito» é pois o termo genérico para os inúmeros contratos celebrados entre os inúmeros sujeitos que constituem o indivíduo e os seus inúmeros objectos correlativos. Os períodos de transição que separam as consecutivas adaptações [...] representam as zonas perigosas na vida do indivíduo, perigosas, penosas, misteriosas e férteis, em que, por um momento, o tédio de viver é substituído pelo sofrimento de ser.


Samuel Beckett, in 'À Espera de Godot'

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nem eu sei um possivel titulo!

Olho para mim não vejo mais que um corpo a deambular por entre ruas escuras e vazias onde ninguém o possa ver ou ouvir.
Aquilo que trago dentro do corpo simboliza-me, sou eu. Não sei o que esta dentro de mim mas sei que sou eu, isso que esta dentro deste invólucro sou eu. PÁRA DE OLHAR PARA MIM!
Será que sou alguém?
Ao menos tenho a certeza que não há ninguém igual a mim, por mais parecida a alguém que possa ser, esse alguém nunca irá ser igual a mim!
Estarei viva?
Não sei, diz-se que só se sente a vida quando se ama!
O amor e a vida são coisas que existem?
Para mim são apenas coisas, coisas que nunca vi ou senti, são coisas! A vida talvez não seja tão coisa, é uma coisa que sei que tenho mas ainda tento descobrir o significado.
Vamos acabar por aqui hoje…Sinto-me pequena

domingo, 8 de novembro de 2009

Fly me to the moon

Por vezes sei que saio do meu eu, e vou até a um lugar bem melhor, lugar para onde só tu me consegues levar, um lugar bom mas sem grande identidade, já lhe chamei Lua ou simplesmente o fora do mundo!
Mas afinal o que é?
Sinto um turbilhão de emoções, emoções, sentimentos, loucura, paixão, e AAHHHHHHHH, saio de mim...! Mais tarde sinto o quanto me apertas, o quanto estas dentro de mim e como eu gosto da maneira como me fazes sentir e do lugar para onde vou!
E que lugar é esse? Um lugar lindo de ver, como os sítios paradisíacos que tantas mulheres cobiçam e sonham para a sua Lua de mel! Lá esta o termo "Lua" de novo, pelo que parece Lua é um sitio bom, um sitio difícil de alcançar mas depois de se alcançar impossível de esquecer e ainda com mais vontade de se regressar lá, é uma Lua diferente, uma Lua só nossa pois quando lá estou só nos vejo a nos, não mais nada do que os nossos corpos envoltos entre si e de um momento para o outro os corpos permanecem unidos mas numa cama tão vulgar como qualquer outra.
Mas tudo o que é bom acaba depressa, e se assim é eu deveria ter morrido á muito, como a Lua, já morta mas alimentada por o seu fiel sol.

Pontos para quê?!


Acordo!
Pergunto-me porquê, pois estou cansada e quero continuar a dormir, vês? já estas a utilizar virgulas no teu dia, e aparece do nada um ponto de interrogação!
És capaz de fazer do teu dia um dia continuo sem virgulas ou interrogações?
Para de te interrogar e faz tudo de seguida sem que algo te pare ou te interrompa, tal como uma virgula, não te para mas interrompe-te e mete-te a pensar se deveras mesmo, não te para mas pode vir a parar, não gosto que me parem, gosto de fazer o que me da na real gana sem que venham atrás de mim dizer o que fazer ou não fazer, sem dar justificações a ninguém dizer onde estou ou deixo de estar, o quê e porquê!
Pára de meter entraves no dia a dia, vive e não te perguntes o porque das coisas, são assim porque tem de ser, acontecem porque tem de acontecer, por isso digo, tenho duvidas em três virgulas e sou contra o ponto de interrogação...Ponto final? Desconheço!

Só porque sim!


Apetece-me escrever sem limites, sem ideias, sem um tema definido, apetece-me escrever só por escrever, escrever sobre tudo ou escrever sobre nada porque escrever sobre nada já é escrever sobre um tudo que não é nada!
E agora não me apetece escrever sobre mais nada, mas tenho que justificar este nada porque na cabeça de muitas pessoas por detrás dum nada há um tudo, como quando te perguntam "o que se passa contigo?" e tu respondes "Nada!" mas sabes que se passa tudo e que não estas bem com nada, sabes que naquele momento tens todos os maus sentimentos e pressentimentos, sentes-te mal contigo próprio, então porque não dizes a verdade quando alguém te pergunta o que se passa? nesse momento em vez de dizeres um nada complexo podias dizer um tudo simples, um tudo que todas as pessoas tiveram o prazer de conhecer e que lhe da vontade de fugir do mundo para onde ninguém os possa ver ou ouvir...
Por isso acabo aqui um texto cheio de nada, com tudo no fim e umas coisas pelo meio!

Texto para nada!


Quero libertar este grito de revolta que trago dentro de mim, quero que o mundo o conheça e que fique com ele porque eu não o suporto mais...!
Sempre soube que neste mundo ninguém é perfeito, nem eu sou, só queria saber o porquê de eu não conseguir ser perfeita para ninguém ou ser tão perfeita que ninguém me consegue aturar!
Serei tão diferente daquilo que é normal um ser humano ser?
Ou serei um ponto tão fraco no universo do qual as pessoas se aproveitam e usam até se fartarem?
Talvez seja esse ponto franco e frágil que não deveria estar neste mundo e regressar ao mundo que me pertence, um mundo onde não existem sentimentos nem corações, um mundo repleto de gelo, um mundo obscuro, o meu mundo...
A minha casa...
A solidão!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

É o fim que confere o significado ás palavras


"É o Fim que Confere o Significado às Palavras. Apenas as palavras quebram o silêncio, todos os outros sons cessaram. Se eu estivesse silencioso, não ouviria nada. Mas se eu me mantivesse silencioso, os outros sons recomeçariam, aqueles a que as palavras me tornaram surdo, ou que realmente cessaram. Mas estou silencioso, por vezes acontece, não, nunca, nem um segundo. Também choro sem interrupção. É um fluxo incessante de palavras e lágrimas. Sem pausa para reflexão. Mas falo mais baixo, cada ano um pouco mais baixo. Talvez. Também mais lentamente, cada ano um pouco mais lentamente. Talvez. É-me difícil avaliar. Se assim fosse, as pausas seriam mais longas, entre as palavras, as frases, as sílabas, as lágrimas, confundo-as, palavras e lágrimas, as minhas palavras são as minhas lágrimas, os meus olhos a minha boca. E eu deveria ouvir, em cada pequena pausa, se é o silêncio que eu digo quando digo que apenas as palavras o quebram. Mas nada disso, não é assim que acontece, é sempre o mesmo murmúrio, fluindo ininterruptamente, como uma única palavra infindável e, por isso, sem significado, porque é o fim que confere o significado às palavras. "


Samuel Beckett, in 'Textos para Nada'

domingo, 17 de maio de 2009

Escrita absurda!

Gosto de observar as expressões de quem me observa; uns fazem cara de enjoados por verem uma estranha com calças ás riscas e um tanto quanto despenteada, outros riem-se timidamente e olham-me nos olhos com um ar divertido, as velhotas, essas são as que melhor expressões fazem, expressões de quem está confuso com alguma coisa, estas velhotas tais como as crianças não conseguem esconder aquilo que pensam á cerca do que observam em mim acabando por me transmitir isso sem darem conta.
Enquanto eles me observam, eu escuto-os, e ouvi um pequenote a pedir em forma carinhosa ao pai que lhe conta-se uma historia, então o pai perguntou-lhe se poderia ser o lobo mau e a branca de neve, o pequeno em ar aborrecido manifestou-se "Pai tem sempre de ser o lobo mau? Ele nem sequer conhece a Branca de Neve!", sem demora o pai remediou dizendo "Então e se for a Branca de Neve e os 3 anões?", ai o pequeno apenas acenou que sim e o pai começou a história.
A única coisa que odeio ver nos consultórios é pessoas a lerem revistas cor-de-rosa do século anterior, faz-me confusão como o conseguem fazer, ler aquilo que a sociedade quer! Porque não trazer um bom livro e cultivar-se um pouco?!
Ao meu lado uma senhora Hippie de meia idade com o seu cabelo grisalho enfiado numa trança lendo um livro sobre medicina tibetana....Cansei-me de ser observada!
Levanto-me e vou á maquina do café, buscar um daqueles cafés fracos e sento-me á porta do consultório a bebe-lo acompanhado de um cigarro e mais uma vez fui observada e comentada por um "que falta de respeito!"

sábado, 16 de maio de 2009

Um pouco de mim

Dizem que sou uma pessoa alegre, divertida, sempre com um sorriso nos lábios para oferecer, mas…será que sou assim mesmo?! Quando olho para mim, não acho que a pessoa que demonstro ser, seja eu verdadeiramente, mas mais um refúgio das minhas mágoas para ninguém perceber o que se passa comigo, porque talvez, se soubessem, sentiriam pena. Uma pena que não suporto, nem quero que sintam. A minha historia repete-se dias e dias a fio, sem nunca mudar… as vezes quando penso que agora chegou a hora de tudo tomar um rumo diferente, há algo que faz com que a história se repita, sabendo sempre qual vai ser o seu final, voltando sempre à agonia que sentia, ficando sempre no buraco que tento sair à anos e que nunca consegui sair completamente, talvez por haver mais pessoas nesse buraco que eu quero trazer comigo, ou talvez porque ainda não consegui mesmo. Os anos passam e eu continuo sempre no mesmo barco, navegando sem rumo, querendo chegar a um porto seguro, mas sem resultado. Os portos que sempre vi foram miragens... Até quando vou conseguir tomar conta deste barco? Até quando vou ter forças para acalmar a tripulação dizendo que já falta pouco, que desta vez vou achar a solução? Quando é que vai acabar as mentiras? Quando é que vamos ser sinceros e perceber que se isto continuar assim, o barco cada vez vai afundar-se mais até a um ponto em que não haverá mais retorna? Só peço um momento de paz, que se esqueçam de mim por uns dias, que simplesmente esqueçam que eu existo. Já sei que agora existe muitas pessoas que me ignoram, que simplesmente eu não existo, que sou apenas um viajante clandestino que nunca deveria estar ali. A minha cabeça é tão confusa, por um lado quero que se esqueçam de mim mas por outro lado quero que me acolham, que me protejam dos perigos, que cuidem de mim. Que me abracem quando preciso, que me dêem um ombro para eu agarrar e chorar, já que não o posso fazer na presença das pessoas que estão comigo no mesmo barco. Tenho que ser a mais forte de lá, porque se não for, o barco afundar-se-á de certeza e aí, se isso acontecer eu acabarei por morrer nesse preciso instante. Por dentro e por fora eu morrerei, a minha vida não terá nenhum sentido. Não conseguirei mudar esta história sozinha. Sem mim o barco afunda e eu sem ninguém nunca conseguirei levar o barco para um porto seguro. Dizem que sou uma rapariga positiva, mas… sou apenas uma rapariga que tenta encontrar a felicidade...