domingo, 21 de outubro de 2012

As vezes...

Um turbilhão de palavras e sentidos sem terem sentido ou serem sentidos,
Uma coisa que me foge e me amarra nesta angustia de viver,
Nesta ânsia de respirar
Nesta angustia de existir.
Fecho a porta ao mundo para entrar no meu próprio mundo onde rio, grito, choro e ninguém quer saber porque ninguém me ouve, apenas olham para o mundo que todos vêem.
Quero voltar para aquele mundinho de onde um dia sai na esperança de nunca mais voltar, mas quero-o novamente, ter-me a deambular em noites frias e molhadas sem me preocupar se ia chegar a casa doente ou se simplesmente ia chegar, estar numa mesa recondida por entre fumo de cigarros onde ninguém sequer reparava na estranha que se sentava noites infinitas a rabiscar em papeis velhos poemas de um amor nunca encontrado.
Cair na solidão novamente e fugir das novas tecnologias que nos foram oferecidas com o passar dos anos, concentrar-me apenas em pedaços de papel manchados de café onde rabisco as rasteiras da vida na esperança de conversar com o papel, na esperança que ele se torne o meu maior confidente e não me julgue.
Um dia...mais próximo do que aquilo que julgo vou  reencontrar-me novamente e nessa noite a solidão vai brindar-me com um cálice de vinho na outra ponta da sala.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Uma nova dança


Sonhava acordada enquanto dançava entre o vento numa varanda despida de preconceitos, era lá que me sentia bem, era lá que me compreendia e sentia.
Era lá entre copos de vinho, cigarros e miragens que era feliz, olhava para o horizonte e sentia-me feliz, sentia-me longe de tudo apenas com aquilo que era meu e nem sequer pensava em voltar, esse pensamento não me atormentava de maneira alguma porque na verdade eu não tinha que voltar, eu ficava noite após noite, copo após copo e cigarro após cigarro, apenas ia ficando para fugir á realidade, á dura realidade de voltar e de me tirarem a minha varanda onde eu podia dançar nua com o vento.
Foi numa ultima noite que cai na realidade em que não poderia continuar a dançar com o vento, sentei-me, nessa noite não fui buscar o vinho como já era habito, apenas me sentei e sem pedirem licença as lágrimas começaram a sair com saudades do vento apesar de ele ainda ali estar na ultima noite, mas chorava por ser a ultima noite, por nunca mais voltar a haver vendo com quem pudesse dançar...
Voltei á realidade o vento não veio e eu n tenho varanda, hoje não danço com o vento ou nem sequer bebo vinho para me fazer dançar nua no vento, hoje em dia ando em mim, sem dançar ou brincar com o impossível.
Hoje percebi que o vento só vai voltar quando eu permitir que ele se apodere novamente do meu pensamento e das linhas do meu corpo para que se possam entrelaçar e continuar a sua dança embriagada...