Uma coisa que me foge e me amarra nesta angustia de viver,
Nesta ânsia de respirar
Nesta angustia de existir.

Quero voltar para aquele mundinho de onde um dia sai na esperança de nunca mais voltar, mas quero-o novamente, ter-me a deambular em noites frias e molhadas sem me preocupar se ia chegar a casa doente ou se simplesmente ia chegar, estar numa mesa recondida por entre fumo de cigarros onde ninguém sequer reparava na estranha que se sentava noites infinitas a rabiscar em papeis velhos poemas de um amor nunca encontrado.
Cair na solidão novamente e fugir das novas tecnologias que nos foram oferecidas com o passar dos anos, concentrar-me apenas em pedaços de papel manchados de café onde rabisco as rasteiras da vida na esperança de conversar com o papel, na esperança que ele se torne o meu maior confidente e não me julgue.
Um dia...mais próximo do que aquilo que julgo vou reencontrar-me novamente e nessa noite a solidão vai brindar-me com um cálice de vinho na outra ponta da sala.