domingo, 21 de outubro de 2012

As vezes...

Um turbilhão de palavras e sentidos sem terem sentido ou serem sentidos,
Uma coisa que me foge e me amarra nesta angustia de viver,
Nesta ânsia de respirar
Nesta angustia de existir.
Fecho a porta ao mundo para entrar no meu próprio mundo onde rio, grito, choro e ninguém quer saber porque ninguém me ouve, apenas olham para o mundo que todos vêem.
Quero voltar para aquele mundinho de onde um dia sai na esperança de nunca mais voltar, mas quero-o novamente, ter-me a deambular em noites frias e molhadas sem me preocupar se ia chegar a casa doente ou se simplesmente ia chegar, estar numa mesa recondida por entre fumo de cigarros onde ninguém sequer reparava na estranha que se sentava noites infinitas a rabiscar em papeis velhos poemas de um amor nunca encontrado.
Cair na solidão novamente e fugir das novas tecnologias que nos foram oferecidas com o passar dos anos, concentrar-me apenas em pedaços de papel manchados de café onde rabisco as rasteiras da vida na esperança de conversar com o papel, na esperança que ele se torne o meu maior confidente e não me julgue.
Um dia...mais próximo do que aquilo que julgo vou  reencontrar-me novamente e nessa noite a solidão vai brindar-me com um cálice de vinho na outra ponta da sala.

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